Alexandre Audi

Câncer de pele e o papel do cirurgião plástico

Estamos em dezembro e durante esse mês a comunidade médica se reúne em prol de uma campanha muito importante: O Dezembro Laranja, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do Câncer de Pele.

Atualmente, ele é o mais frequente no país e atinge cerca de 180 mil pessoas por ano. No entanto, é extremamente importante ressaltar que esse tipo de câncer tem altíssimas chances de cura (mais de 90% quando diagnosticado no início). Por isso, é essencial ter em mente a importância de manter o acompanhamento periódico com um médico dermatologista.

E lembre-se: a prevenção também é muito importante! Não se esqueça de evitar a exposição solar das 10h às 16h e sempre passe e repasse o filtro solar ao longo do dia.

No artigo de hoje iremos tratar dessa questão e mostrar como o papel de um cirurgião plástico é fundamental para o tratamento do câncer de pele.

Mas, antes, precisamos conversar um pouco mais sobre a doença. Vamos começar?

 

Tipos de câncer de pele

 

Existem diversos tipos de canceres de pele, malignos e benignos. Entre os malignos, subdividimos em dois grandes grupos: o melanoma e o não-melanoma.

A origem dos melanomas está nas células que produzem melanina e, por isso, possuem uma maior capacidade de metástase, ou seja, de se espalhar para outro órgãos. São extremamente mais graves que os não melanomas.

Ele é mais comum em pacientes adultos e brancos. No entanto, também pode acometer pacientes negros ou mais novos, principalmente nas palmas das mãos ou planta dos pés, pois são as regiões mais claras do corpo.

É o tipo mais preocupante e o tratamento deve ser iniciado rapidamente, consistindo basicamente na detecção e extração precoce do tumor e o uso de medicamentos imunoterápicos.

Vale ressaltar que embora mais agressivo, esse tipo de câncer também é o mais raro e representa apenas 3% de todos os diagnósticos de câncer de pele.

Já os não melanomas, subdivididos em Carcinoma Basocelular e Carcinoma Espinocelular são os mais comum e responsáveis por até 30% de todos os tumores registrados no Brasil. No entanto, como já foi dito anteriormente, eles possuem grandes chances de cura.

Mas vale um alerta: embora possuam baixos níveis de letalidade, é muito importante lembrar que, se não receber o tratamento adequado, eles crescem e podem invadir tecidos localmente e deixando lesões muito profundas na pele e em estruturas profundas.

 

Fatores de risco

 

Primeiramente, precisamos entender que qualquer pessoa pode ter câncer de pele. Mas, algumas pessoas possuem fatores de risco que determinam uma maior probabilidade de vir a apresentar a doença.

São elas as pessoas com:

 

  • Pele muito clara ou albina;
  • Vitiligo;
  • Mais de 40 anos de idade;
  • Histórico familiar desse câncer;
  • Exposição ao sol sem a devida proteção;

 

Embora estas sejam características que aumentam as chances de desenvolvimento da doença, isso não descarta a possibilidade do surgimento de câncer de pele em outros pacientes.

Assim, é muito importante manter as medidas preventivas e o acompanhamento periódico com um dermatologista de confiança.

 

Sintomas

 

O principal sintoma é o surgimento de manchas ou lesões, com características específicas.

Geralmente, ele ocorre no rosto e pescoço, pois são áreas do corpo que são mais expostas ao sol.

Quando se trata do câncer de pele, as pintas são os maiores indicativos de alerta. A maioria delas é inofensiva, mas, se apresentarem alguns dos sinais abaixo, devem ser investigadas:

 

➡ Pintas que surgem e evoluem de forma rápida;

➡ Pintas assimétricas ou com bordas irregulares;

➡ Pintas com uma variedade interna de cores. Ou seja, a mesma pinta apresenta tonalidades diferentes;

➡ Pintas maiores que 5 milímetros de diâmetro;

 

Tratamento

 

O tratamento indicado para o câncer de pele é cirurgia de remoção de pintas, a excisão. E é nesse ponto que a cirurgia plástica se destaca.

É possível a radioterapia ou quimioterapia também seja indicada, principalmente para os casos mais graves da doença.

A excisão trata-se de um procedimento simples no qual é feito uma incisão ao redor da pinta que será retirada e, depois da remoção, sutura-se o local. Através deincisões precisas e uma sutura específica é possível que o paciente fique com o mínimo de perda estética.

A cirurgia pode ser realizado tanto em pintas benignas, quanto malignas. Mas, existe uma diferença de procedimento: na cirurgia de retirada da pinta maligna também é retirado um pedaço de pele ao redor da pinta (o que chamamos de margem de segurança) que deverá ser enviado para análise e conferência para verificar se as células cancerígenas foram retiradas.

O processo, na maioria das vezes, é ambulatorial. Mas, no caso de grandes extensões, pode requerer um procedimento hospitalar. O tipo da anestesia também dependerá da extensão da pinta.

 

Prevenção

 

A principal forma de prevenir o câncer de pele é evitando a exposição solar, que além de ser um grande fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele ainda pode trazer outras consequências negativas como a incidência de queimaduras, manchas e envelhecimento precoce.

 

Por isso, confira a seguir alguns dos principais cuidados a serem tomados:

 

✅  Cuidado com o horário: evite os horários de maior incidência solar. Ou seja, tente não se expor ao Sol das 10h às 16h.

✅  Encontre um protetor solar que seja ideal para seu tipo de pele e lembre-se de aplicá-lo todos os dias, pelo menos 20 minutos antes de sair de casa. Reaplique ao longo do dia.

✅  Óculos de sol, chapéu e bonés também são recomendados na hora de se expor ao Sol. Use-os sempre que for necessário frequentar ambientes externos, principalmente quando o sol estiver mais forte.

Não se esqueça de marcar anualmente uma consulta com um dermatologista para avaliar as suas pintas e siga as medidas preventivas, principalmente agora com a chegada do verão!

Essas foram as principais informações sobre o câncer de pele que gostaria de compartilhar com vocês. Para mais informações e agendamentos, entre em contato através dos números:  (11)95051-2021 / (11)3287-3102 / (11)92009-9748

 

Meu consultório em São Paulo está localizado na Alameda Santos 455, conjuntos 1210 e 1211. Os horários de atendimento são de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h.

Alexandre Audi

Alexandre Audi

Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 2007.Cirurgião Plástico da Retaguarda e do Núcleo de Feridas Complexas do Hospital Sírio Libanês. Doutorado em andamento.Primeiro Tenente Cirurgião Plástico do Hospital da Força Aérea de São Paulo (HFASP).
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